5 vestidos que mudaram os rumos da história do vestuário e até tecnologia
O guarda-roupa feminino evoluiu muito, mas os vestidos continuam a ser protagonistas para muitas mulheres. Inclusive, eles mudaram bastante ao longo dos anos. Isso porque alguns modelos são símbolos da luta da mulher por liberdade e refletem a inserção delas no mercado de trabalho. Outros influenciaram áreas bem diferentes da moda.
Não há uma data precisa para o surgimento deles, mas alguns fatos mostram a trajetória desta peça icônica.
Alguns fatos sobre a história do vestido
O ancestral dos vestidos é a túnica. Tanto homens quanto mulheres usavam-no.
Nos séculos passados, os vestidos das mulheres mais nobres eram volumosos, em 1860 surgiu a armação em ferro, também conhecida como crinolina. Os corpetes também eram frequentes, o que conferia sensualidade às mulheres. Mas a partir de 1900, esses dois elementos começaram a desaparecer, pois eram muito desconfortáveis e não refletiam mais os anseios das mulheres. O corpete e a armação de ferro eram tão trabalhosas de se vestir que era necessário ajuda. Com o fim da escravidão ao redor do mundo, a diminuição de criados, os vestidos começaram a ficar mais simples.
Rainha Vitória inaugura o reinado do branco nos vestidos de noiva
Alguns historiadores dizem que a rainha Vitória, da Inglaterra, não foi a primeira noiva a usar branco. Porém, todos afirmam que a cor era bem restrita a quem tinha mais recursos. Branco, como hoje, dava trabalho para limpar e só quem tinha empregados conseguia manter roupas brancas.
Fato é que antes de Vitória usar um vestido branco a cor não era a mais usada pelas noivas. Sequer havia uma cor oficial para casamentos, pois as mulheres usavam o melhor vestido ou confeccionavam um para dizer o sim no altar.
Além de popularizar a cor branca nos vestidos de noiva, o vestido da rainha Vitória teve uma importância maior. Na época, o país começava a prosperar industrialmente. Em vez de se casar com rendas importadas, o vestido da rainha levou rendas nacionais. Ela amava o vestido, pediu que um retrato fosse pintado com a peça e usou o véu várias vezes depois de se casar.
Vitória também marcou o início da ampla influência dos casamentos reais para as noivas. Basta lembrar-se do casamento de Lady Di, Kate Middleton e Megan Markle, só para falar das noivas da realeza mais recentes.
OneHour Dress: a simplicidade ganha espaço
Entre os anos 10 e a década 20 do século XX, a silhueta das roupas mudou bastante. O pós-guerra na Europa não permitia ostentação. Não havia sequer matéria-prima disponível no continente. Nos Estados Unidos, o cenário era oposto, o país crescia economicamente. Mas uma professora de costura de uma escola nova-iorquina era revolucionária. Ela lançou o OneHour Dress, um modelo mais simples, reto, sem muitos detalhes, que poderia ser confeccionado em até uma hora.
Houve desconfiança sobre a novidade, porém, uma demonstração pública, em que o vestido ficou pronto em apenas 34 minutos, mostrou que era possível. O modelo revolucionou tanto a vida das costureiras quanto de quem gostava de moda. Veio de encontro a necessidade de produzir quanto de ser mais simples de vestir. E lá na Europa mesmo, outra estilista que marcou época seguia mais ou menos pelo mesmo caminho, como você verá no tópico a seguir.
O pretinho básico de Coco Chanel e o vestido da Bonequinha de Luxo
Assim como o branco, o preto já foi tabu. Era usado apenas por empregadas domésticas e viúvas até que o ícone Coco Chanel apareceu com um pretinho básico em 1926. O modelo foi bastante criticado. Diziam que se parecia com o vestido de uma órfã. No entanto, o sucesso do vestido foi mais forte do que qualquer crítica.
A versão da estilista francesa foi reeditado ao longo dos anos e nunca saiu de moda, pois tornou-se um clássico. Uma das versões mais famosas dele foi o vestido de Audrey Hepburn. A grande diferença dele para o vestido usado por Coco é a modelagem. Enquanto Audrey apareceu com um vestido ajustado, Coco vestia um modelo mais reto, bem simples.
Os dois modelos foram considerados revolucionários. Na época da estilista, ainda era comum o uso dos desconfortáveis corpetes. Já em 1961, com Bonequinha de Luxo, mostrar o corpo feminino não era tão bem visto.
Twiggy torna os vestidos trapézios febre mundial
Twiggy, a cantora e supermodelo inglesa, foi símbolo do seu tempo. Um dos principais nomes dos anos 60 na moda, popularizou os vestidos trapézio. Ela é tão importante na história deste vestido que ele também é conhecido como vestido Twiggy. Foi criado por Yves Saint Laurent para a Cristian Dior.
O modelo reflete uma mudança de silhueta na moda. Ao mesmo tempo, é minimalista na modelagem e pode trazer estampas bem trabalhadas. Além disso, é bem curtinho.
Até hoje o vestido trapézio continua a fazer sucesso.
Jennifer López: o vestido que impulsionou a criação do Google Imagens
Em 2019, o vestido Jungle Dress completou 20 anos. Ele foi tão importante que a Google fez uma parceria com a Versace para relembrar o acontecimento. Assim, Jennifer López desfilou com uma releitura do vestido que foi responsável pela criação do Google Imagens e arrancou suspiros novamente.
Em 1998, a cantora e atriz apareceu no Grammy Awards com o vestido original da Versace. Bastante decotado (até o umbigo) e com uma estampa tropicaliente, quem viu ficou no mínimo curioso sobre o modelo. Usuários do mundo todo começaram a pesquisar a peça usada por J.LO. Até então, foi a maior pesquisa no Google. Mas o que os usuários queriam ver era o vestido e ainda não existia uma ferramenta para pesquisar imagens.
“Na época, era a pesquisa mais popular que já tivemos”, escreveu Schmidt. “Mas não tínhamos como garantir aos usuários exatamente o que eles queriam: JLo usando esse vestido. Com isso, o Google Imagens nasceu”, disse Eric Schmidt em 2015.
Há muitos outros vestidos importantes, principalmente os que fizeram sucesso em filmes e novelas. Mas a intenção deste artigo foi destacar os que mudaram os rumos da vestimenta e de outros pontos da história. Nós também falamos sobre a incrível história das camisas gola polo, conheça e surpreenda-se.
