Obama e Mark Zuckerberg têm mesma razão para criar uniforme, Steve Jobs pensou de forma diferente, descubra!
Os americanos Steve Jobs, Barack Obama e Mark Zuckerberg têm muito em comum. O CEO do Facebook, o fundador da Apple e o ex-presidente são homens de sucesso. Além disso, eles fizeram história. Os três também criaram uma espécie de uniforme pessoal. No guarda-roupa de Jobs, havia centenas de blusas gola rolê preta. No de Mark Zuckerberg, há 50 tons de cinza para as camisetas de malha. Já Obama, depois de um tempo na presidência, optou por vestir apenas ternos pretos ou azuis.
Mark já declarou que Jobs influenciou a escolha pelo uniforme. No entanto, os motivos que levaram os dois a vestirem a mesma roupa sempre são bem diferentes. Obama tem razões idênticas às de Mark para reduzir o tamanho do guarda-roupa. Confira e tire lições valiosas das decisões desses três grandes homens!
Steve Jobs: o homem que popularizou a criação do uniforme pessoal
Steve Jobs começou a usar calças jeans com tênis New Balance e blusa de gola rolê preta na década de 80. A escolha desse uniforme pessoal ocorreu meio que por acaso. Vamos por partes. Tudo começou quando Jobs foi ao Japão e perguntou ao presidente da Sony, Akio Morita, porque os trabalhadores da companhia usavam uniforme. Morita contou que os uniformes se popularizaram no pós-guerra, época em que a dificuldade financeira era tão grande que os japoneses mal tinham o que vestir. Para ajudá-los, as empresas começaram a investir mais em uniformes.
Com o tempo, as peças corporativas ganharam outros significados e fortaleceram os laços dos funcionários com as empresas. Foi o que Morita teria dito na conversa com Jobs. A história encantou o fundador da Apple. Daí, ele pediu que fossem confeccionados coletes como uniformes para os funcionários da companhia. Mas ao apresentá-los a equipe não topou vestir.
Foi aí que Jobs quis criar um uniforme pessoal. O objetivo passou a ser a conveniência de não ter que pensar no que vestir e criar uma marca registrada. Ele conseguiu. Assim como Albert Einstein fez com os ternos de giz, Jobs passou a ter uma roupa assinatura. O termo designa os guarda-roupas compostos por peças idênticas ou muito parecidas, a la Jobs ou Mark Zuckerberg.
Simplificar para reduzir a fadiga de decisão
A decisão de Mark Zuckerberg de adotar um uniforme pessoal tem tudo a ver com o Facebook. Ele pretende deixar espaço no cérebro para tomar melhores decisões para a empresa. Assim, ele simplificou as decisões sobre qual roupa vestir, por exemplo.
“Eu quero mesmo limpar minha vida de maneira que eu tenha que tomar o menor número de decisões possíveis sobre tudo, exceto como servir melhor a esta comunidade [usuários do Facebook]”, afirmou.
A fala de Zuckerberg tem fundamento científico. A energia cerebral é limitada e a queda do rendimento devido às decisões que precisam ser tomadas ao longo do dia foram explicadas pela primeira vez pelo psicólogo Roy F. Baumeister. Ele chamou esse cansaço cerebral de Fadiga de Decisão. A mente precisa de glicose para funcionar bem e com o passar das horas diminui. Alimentar-se ajuda, mas a energia usada para tomar decisões é grande e não é resolvida apenas com lanchinhos.
Ainda de acordo com o pai da teoria do cansaço mental, por menor que seja a decisão, há sempre um gasto energético e, consequentemente, redução da capacidade de raciocinar bem.
Os ternos iguais de Barack Obama
O ex-presidente dos Estados Unidos também cortou o número de decisões diárias para ser mais produtivo a partir de 2012.
“Você verá que eu uso apenas ternos cinza ou azuis”, disse ele à revista Vanity Fair. “Estou tentando reduzir as escolhas. Não quero ter que escolher sobre o que estou comendo ou usando porque tenho muitas outras decisões a tomar”, afirmou.
A teoria da Fadiga da Decisão ainda explica que quanto mais cansados estamos mentalmente piores são nossas escolhas em todos os setores. Isso porque o cérebro é como um músculo. Quando cansado não funciona bem. E não há diferença entre tomar decisões sobre a alimentação ou assinar um contrato. A força de vontade usada para evitar comer um doce ou analisar uma proposta vem da mesma fonte. Assim, quem deixa as refeições preparadas, por exemplo, corre menos risco de cair em tentação porque não tem que decidir o que comerá.
“A atividade mental cansa tanto quando a atividade física e isso pode ser facilmente notado no final de um dia de trabalho. Isso explica porque grande parte dos acidentes ocorre no final da tarde, assim como os erros médicos, que geralmente ocorrem no fim de um plantão longo”, observa o neurologista e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista (Unesp) Fernando Coronetti. “Em qualquer atividade continuada, como tomar decisões a toda hora, o rendimento cai e se instaura essa fadiga”, explica.
A sofisticação da simplicidade: estilistas famosos assinam gola rolê de Jobs e camiseta de Zuckerberg
Que os ternos de Obama são sofisticados nem precisamos dizer. Mas para entender que as peças usadas pelos principais nomes da tecnologia não são tão básicas quanto parecem, é necessário uma explicação.
Issey Miyake é quem assinava as blusas pretas de gola rolê de Steve Jobs. Também foi ele que desenhou o uniforme que não emplacou na Apple. Como ele era amigo de Jobs, foi convidado a criar a roupa assinatura do criador do iPhone. Ele fez centenas de uma só vez.
Já as sempre cinzas camisetas de Mark, são feitas a mão pelo estilista italiano Brunello Cucinelli. Cada uma custa, em média, R$1400. Ou seja, a cada reposição, Zuckerberg desembolsa um bom dinheiro. Assim, podemos dizer que Mark quer simplificar a tomada de decisão, mas não abre mão da extrema qualidade. Em resumo, a peça é básica, mas tem seu requinte.
As decisões de quem mudou os rumos da humanidade e descobertas científicas mostram o quanto o uniforme pode beneficiar bem mais do que se pensa inicialmente. E eles podem ser bem mais bonitos do que os escolhidos por Jobs ou Mark. Já tem o seu? Vamos conversar a respeito?