A história do botão de roupa: peça simples já foi reservada a classes superiores
Tem algo mais simples do que um botão de roupa? Dá pra acreditar que eles já foram símbolo de nobreza? Até serem apenas peças funcionais do vestuário, os botões percorreram uma longa e interessante história. Fique com a gente até o final do artigo e se surpreenda!
Origem da história do botão de roupa
Não se sabe quando o botão surgiu ao certo. Há indícios de que em tempos remotos, 3.000 A.C, eles já existiam no Vale do Indo, localizado no Sul da Ásia. Em Roma e na Grécia antiga, eles também foram encontrados.
O botão pré-histórico, digamos assim, era feito com objetos que tinham buraco no meio para poder cumprir exatamente a função dos botões como conhecemos hoje. Assim, conchas e gravetos eram matérias-prima comuns para fabricação dos botões.
No entanto, a moda não pegou. O botão permaneceu pré-histórico por séculos. Mesmo com a função de prender um pedaço de pano a outro, laços, presilhas, alfinetes e fivelas eram bem mais usados.
É interessante ver que tudo que continha algum metal, como presilhas, alfinetes e broches, era mais usado por quem tinha uma condição financeira melhor. Até aumentava o status da pessoa.
Quantidade de botões limitada na Idade Média
Quando evoluiu, os botões ainda exigiam muita habilidade para serem feitos. Além disso, a matéria-prima era mais cara. Até se reconhecia a função deles, mas ter muitos em uma roupa era sinal de ostentação. Tanto que alguns países da Europa proibiram a quantidade por peça na Idade Média, período que foi muito difícil para a humanidade.
De funcional à peça de desejo
No século XII, botões mais parecidos com o que temos hoje surgiram. Mas eles logo se tornaram peça de desejo. Eram feitos com materiais ouro, prata e pedras preciosas ou materiais que imitavam-nos. Apareciam principalmente nos punhos das roupas.
No século XVI, houve outro fato interessante sobre os botões. Eles continuaram a ser uma peça de distinção entre os nobres. Era o material e quantidade de botões na peça que diziam o quão rica uma pessoa era. Mas materiais diferentes davam sinais distintos. Os botões de strass eram usados por senhoras de classe e os de azeviche por mulheres de posição mais modestas.
Século XVIII: auge e decadência dos botões
Os botões atingiram o auge do glamour no século XVIII. Eram feitos por ourives e quanto mais botões em uma roupa, mais luxuosa ela era considerada. Eles também fizeram parte de peças esmaltadas.
Mas por volta de 1760, ainda no século XVIII, quando a Revolução Industrial começou, o botão perdeu a aura de nobreza, pois ficou mais fácil fabricá-lo.
Invenção do botão de pressão
Em 1807, o dinamarquês Bertel Sanders revolucionou a história do botão. Se ele já estava barateando desde o final do século XVIII, ao conseguir unir os dois discos de metal e prender o tecido o valor do botão despencou de vez. Foi aí que a peça foi democratizada e a procura por materiais mais baratos para confeccioná-los aumentou.
De lá para cá, ele é funcional e também cumpre um papel estético. Afinal, ele vai do básico ao mais arrojado. Sem, nunca, ter o status do século XVIII mais.
Abotoaduras: um capítulo à parte
Elas existem desde o século V. Eram usadas como ornamentos e com a função de prender os punhos das blusas. Mas foi Alexandre Dumas, escritor de O Conde de Monte Cristo, quem aguçou a mente dos alfaiates para enaltecer os clientes com a peça. O autor relata que o Barão Dahers usava “enorme diamante que brilhava em sua camisa e uma fita vermelha que dependia de seu buraco no botão”. Esse detalhe ajuda a construir o personagem como uma figura ilustre e é exatamente essa mensagem que os alfaiates imprimem nas roupas a partir da leitura. Como é um livro de 1844, as obras literárias funcionavam como as novelas para influenciarem a forma de vestir.
Até hoje a abotoadura significa sofisticação. É uma peça pequena, mas que eleva a elegância do homem que escolhe sair com ela. Inclusive, certas abotoaduras podem ser mais caras do que todas as peças que compõem a produção masculina.
Curiosidades sobre localização dos botões
No começo da história das vestimentas, os botões sempre eram localizadas do lado direito. Isso porque os trajes eram retiradas por criados. E como a maioria de pessoas que usavam roupas com botões eram mais abastadas, ter os botões do lado direito ajudava. No entanto, quando era comum duelar, os botões das roupas masculinas passaram para o lado esquerdo. A justificativa é que os homens precisavam conseguir desabotoar a camisa para pegar a espada com uma mão apenas.
O universo das vestimentas é incrível e a W3 dedica-se um bom tempo a entender a história delas. Nós acreditamos que ao conhecer a trajetória dos itens que compõem o vestuário entendemos simbologias e como uma roupa, ou um simples botão, é muito mais do que aparenta. Conheça mais sobre o incrível mundo dos trajes na categoria história do vestuário. É só clicar!