Camisa social tem origem inusitada, descubra!
Você sabia que a camisa social nem sempre foi considerada nobre? Ela começou a ser usada como pijama. Também era colocada por baixo de outras roupas, as verdadeiras peças nobres da época, para proteger bons tecidos. A camisa ainda foi uma espécie de uniforme para trabalhos que exigiam força e provocavam desgastes.
Até representar elegância, muitos fatos marcaram a história da camisa social, como você vai ver neste artigo.
Quando tudo começou – há controvérsias
Ao estudar a história do vestuário, os especialistas não dão um veredito sobre a origem da camisa social. Alguns afirmam que na Idade Média – entre o século V e XV – o mundo inteiro já usava uma peça parecida com a camisa social. Outra possibilidade é que a camisa tenha surgido no Império Romano. O período histórico é anterior à Idade Média, já que a queda a dominação romana (ano de 473) é o marco do início da era medieval. Em Roma, a peça era chamada de túnica manicata.
Os historiadores ainda cogitam o Egito como berço da camisa social. Mas a peça nem mangas teria. Era uma blusa reta, com costuras do lado e apenas uma abertura para passar pela cabeça.
Parte da história da camisa social ilustrada em cenas de Outlander
Nos filmes e seriados que retratam outros tempos é possível ter uma ideia de como as peças que deram origem à camisa social atual eram. Jamie Fraser, de Outlander, aparece frequentemente com uma blusa que lembra a camisa.
Na foto abaixo, o par romântico da protagonista, Clarie, mostra como a peça era usada para o trabalho.
Botões eram símbolo de ostentação
Os botões eram pouco usados até o século XVIII. A explicação é que eram símbolo de status. Por isso, nas antecessoras das camisas sociais, os laços eram bem mais frequentes do que os botões. O modelo da camisa lembrava uma bata pelo mesmo motivo.
Eles só tornaram comuns na camisa social no século XIX, quando começaram a ter o formato que conhecemos atualmente. A invenção do botão com materiais extremamente baratos, pelo dinamarquês Bertel Sanders, em 1805, colaborou muito para a inserção dos botões em todo vestuário.
Colarinho branco: do símbolo de nobreza a crimes
No século XIX, a camisa branca social foi usada como peça principal pela nobreza. Ela dava mais status a quem a usava.
Além disso, o colarinho branco passou a designar quem trabalhava com atividades mais intelectuais enquanto o azul era usado por operários. É daí que surgiu a expressão crimes de colarinho branco. A expressão crimes foi usada pela primeira vez quando a camisa social branca já não era exclusiva dos mais ricos. Quem cunhou o termo foi o sociólogo Edwin Sutherland, em 1939. A definição dele para crimes de colarinho branco era a seguinte:
“Um crime cometido por uma pessoa de respeitável e de alta posição (status) social, no curso de sua ocupação”
Século XX: camisa social a partir da década de 50
Todas as cores da camisa social invadiram a moda a partir do século XX. A partir desse período, a peça passou a ser de todos. No entanto, ela continua a denotar formalidade e elegância, já que o corte e todos os elementos da peça colaboram para um visual alinhado. As camisas sociais se firmaram como as mais nobres no guarda-roupa e é usada, principalmente, quando quem a veste quer transmitir uma imagem mais formal.
Camisa social na década de 50 – entre o conservadorismo, elegância e a rebeldia
No pós-guerra, as roupas em geral eram conservadoras. Vinham em tons sóbrios. O listrado também apareceu. Para transformar esse momento histórico, Elvis Presley entrou em cena. O roqueiro tirou a seriedade da camisa social e as mangas dela. Os jovens rebeldes e descolados passaram a usar a camisa social no estilo rockabilly, com total influência de Elvis.
Audrey Hepburn também fazia revolução na moda de maneira muito elegante. Ela popularizou a camisa branca na década de 50, apareceu diversas vezes com a peça. Depois dela, Grace Kely, Marilyn Monroe, Coco Chanel e tantas outras imortalizaram a camisa social branca. Foi um grande passo, já que a camisa era muito ligada aos homens.
Camisa social na década de 60 e 70 – mais cor no visual
A música influenciou novamente o vestuário. Os Beatles usavam principalmente camisa social por baixo do paletó e os jovens aderiram ao estilo dos ídolos. Nesta década, o bolso na altura do peito começou a ser adotado. As cores mais fortes começaram a aparecer. A partir de 1970, os tons no vestuário se intensificaram com influência da Era Disco.
Anos 80 – camisa havaiana
Além dos usos clássicos, o estilo havaiano contagiou o mundo. As camisas sociais de manga curta ganharam estampas florais e cores alegres. Assim, a peça passou a ser usada bem além do escritório.
A camisa xadrez é usada por grunges a partir de 1990
Músicos do Nirvana, Pearl Jam, Alice in Chains, Soundgarden e Stone Temple Pilots aparecem nos palcos de camisa xadrez de flanela na década de 90. Antes, esse modelo de camisa só era usado em regiões frias dos Estados Unidos por lenhadores. Marc Jobs achou tão interessante que fez uma coleção em 1992 com a tendência. A crítica não recebeu tão bem por associar o estilo despojado dos roqueiros à moda. No entanto, a adoção do estilo pelos jovens fãs de grunge falou mais alto.
Século XXI: o céu é o limite para a camisa social
Com a globalização, as múltiplas tendências começaram a aparecer rapidamente. Além disso, cada vez mais, há um incentivo de vestir-se da maneira mais alinhada a quem a pessoa é. Assim, a partir dos anos 2000 todas as formas de vestir camisa social se misturam. Até mesmo no trabalho, o uniforme social pode ser adotado de formas mais criativas em espaços e funções em que a casualidade ou criatividade é bem-vinda.
Nas ruas, é com você. Como gosta de usar a camisa social?